A gestão de Rodolfo Landim no Flamengo tem sido marcada por um foco constante na expansão internacional da marca. Desde que assumiu a presidência em 2019, Landim busca projetar o nome do Rubro-Negro além das fronteiras brasileiras. Uma das iniciativas mais recentes envolve o estreitamento das relações com o Leixões, clube da segunda divisão portuguesa. Este movimento representa um passo significativo, mas a forma exata dessa parceria ainda está em discussão.
O custo da oportunidade
Um estudo recente do Flamengo revelou que jogadores atuando na Europa são 20% mais caros em comparação aos que jogam na América do Sul. Diante deste cenário, a diretoria rubro-negra decidiu que entrar no mercado europeu seria estratégico. A ideia é aumentar a visibilidade do clube, gerar receitas em euros e oferecer uma vitrine europeia para seus jovens talentos em transição para o profissional.
O modelo inicial de parceria com o Leixões pode evoluir para uma compra definitiva do clube no futuro, mas a intenção é começar com um investimento de baixo custo. Esse método já foi utilizado pelo Flamengo em 2021, quando houve uma tentativa similar com o Tondela. A aposta é que a marca Flamengo possa se consolidar na Europa de maneira gradual, sem grandes desembolsos iniciais.
Reuniões e estratégias
Nos bastidores, Rodolfo Landim e a alta cúpula do futebol do Flamengo têm mantido conversas intensas com André Castro, presidente da SAD do Leixões. Durante algumas semanas, Castro esteve no Rio de Janeiro e acompanhou de perto a vitória do Flamengo sobre o Cruzeiro no Maracanã. Essas reuniões reforçam a seriedade com que o projeto está sendo tratado e a possibilidade concreta de uma parceria frutífera.
A escolha de Portugal como ponto de partida para essa internacionalização não é por acaso. O país abriga uma grande comunidade brasileira, muitos dos quais são torcedores fervorosos do Flamengo. Além disso, a localização do Leixões, na cidade de Matosinhos, é estratégica, pois está a uma curta distância de importantes centros urbanos como Porto e Braga, e a apenas algumas horas de Lisboa. Isso facilita a logística e aumenta o potencial de engajamento local.
O Flamengo também considera a possibilidade de usar o Leixões como um ponto de observação para identificar talentos emergentes na Europa. Essa estratégia dupla, de exportar jogadores e identificar novos talentos, pode posicionar o Flamengo como um dos principais clubes formadores de atletas no continente europeu. A parceria com um clube europeu pode trazer uma série de benefícios comerciais, como patrocínios locais, aumento de torcedores e novos acordos de transmissão.
Vitrine para o futuro
Ao estreitar os laços com o Leixões, o Flamengo não só visa ampliar sua marca, mas também criar um canal direto para a exportação de talentos. Jovens jogadores do Flamengo terão a chance de se desenvolver em um ambiente europeu, ganhando visibilidade e experiência que podem ser vitais para suas carreiras. Esse movimento também pode facilitar futuras negociações, tanto para vendas quanto para possíveis parcerias comerciais.
Além disso, o Flamengo vê Portugal como um ponto de entrada para outros mercados europeus. A proximidade cultural e linguística facilita as operações e o intercâmbio de jogadores e técnicos. O sucesso dessa iniciativa pode servir como modelo para outras expansões futuras, talvez para Espanha ou Itália, onde também há grande concentração de torcedores e uma cultura futebolística receptiva.
Em suma, a internacionalização do Flamengo sob a liderança de Rodolfo Landim é um passo audacioso e bem calculado. A parceria com o Leixões pode ser o início de uma nova era para o clube, consolidando-o como uma marca global e fortalecendo sua posição no competitivo mercado europeu. Os próximos meses serão decisivos para a definição desse modelo, mas o caminho traçado até agora indica que o Flamengo está preparado para expandir seus horizontes e conquistar novos territórios, potencializando ainda mais o legado do clube.
O Flamengo, com sua rica história e tradição, está em uma trajetória de transformação que pode redefinir o futebol brasileiro no cenário internacional. A visão de Rodolfo Landim e sua equipe é ambiciosa, mas fundamentada em análises detalhadas e uma compreensão clara dos desafios e oportunidades do mercado europeu. Se bem-sucedido, o projeto pode servir de exemplo para outros clubes brasileiros que buscam se internacionalizar e aumentar sua relevância global.
